quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Guilherme Finotti mostra que a inclusão dá certo



Atendo o Guilherme desde os 6 anos de idade. Sempre soube do seu potencial. Estou muito feliz em saber que na classificação geral do vestibular da Feevale, ele obteve a 9ª colocação, o que lhe garantiu uma bolsa integral do Programa Universidade para Todos – ProUni.

Além disso, entre os candidatos que concorreram a bolsas na Feevale, Finotti obteve a 3ª nota mais alta, ficando atrás apenas de um estudante de Biomedicina e um de Direito.

Só que foi necessário apelar para o Ministério Público e principalmente à imprensa, para que conseguisse fazer o ENEM. Após cursar o técnico de informática e os ensinos fundamental e médio utilizando um computador adaptado como meio de comunicação, Finotti foi impedido pelo Inep (Instito Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela Enem, de usar o equipamento na prova.

A não realização do exame o impedia de pleitear vaga
nas universidades que adotassem o exame como ferramenta de seleção, além de acabar com a chance de concessão de bolsa de estudos.

Desde maio, a família vinha tentando a inclusão do filho no Enem, tendo sido comunicada da autorização do Inep em meados de novembro. Ele obteve média 6,6 no exame, um bom resultado diante da média nacional fixada em 4,7. Hoje ele está atuando no meu projeto Design Inclusivo, como meu bolsista de iniciação científica, onde já desenvolveu um software para auxiliar a alfabetização de Pcs.
Agora iniciará a outra parte da luta que é a de mostrar ao mercado de trabalho que ele é um ótimo programador. Muita água vai rolar ainda....

4 comentários:

Alessandra Arnold Spohn disse...

Como é bom saber de casos de sucesso.
Pena que pessoas que necessitam de algum recurso especial ainda sejam barradas por burocracias preconceituosas do sistema.
Mas ainda sim, isso nos prova de que lutar sempre nos trás resultados.
Parabéns ao Guilherme.

Michela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Michela disse...

Esse menino é um vencedor, mesmo com suas limitações provou a todos que possui capacidade.
A inclusão vem dando passos lentos, mas nos mostra o quanto é possível ser realizada e que nos traz excelentes resultados, apesar da burocracia que enfrentamos.

Marieli disse...

é comovente e satisfatório a importância de trabalho cumprido né prof, parabéns pelo ótimo trabalho, são de educadores que nem vc que precisamos nas nossas escolas, que não só se preocupem em ensinar o conteúdo programado, mas sim, saber contextualizar e fazer com que todos interajam, principalmente quanto a presença de pessoas especiais.

Esse jovem, é mais uma prova viva de que a capacidade de aprender, depende primeiramente de si mesmo, mas com ajuda de pessoas qualificadas e interessadas é sim possível atingir os objetivos, no caso dele, o ingresso a universidade.

O que é lamentável é que ele para poder exercer o seu direito de cidadão teve que apelar para a justiça, sem contar que mais lamentável é que o Inep, que é do governo, não ter permitido ele utilizar o recurso que ele necessita para adquirir e compartilhar seus conhecimentos. Isso é bem coisa do Brasil .. só através de escândalos que se conquista algo.

Mas, deixo os meus sinceros votos de sucesso a ele e com certeza ele ainda vai ser um grande programador.

Marieli Vogel