domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cientistas alemães desenvolvem olho biônico



O microchip, ou retina artificial, conhecido popularmente como “olho biônico”, está sendo desenvolvido em diversos centros do mundo. Um centro de destaque é a Universidade de Tuebingen, na Alemanha.

Cientistas alemães estão conseguindo recuperar, em parte, a visão de quem sofre de doenças degenerativas nas células da retina. Na palma da mão, a imagem do que um dia foi objeto de ficção científica. Um olho biônico, usado pela primeira vez por pacientes que sofrem de doenças degenerativas nas células da retina. Elas são responsáveis pela transformação da luz que entra no olho em impulsos elétricos, que o nervo ótico conduz até o cérebro.

O aparelho é implantado atrás da retina. A luz natural entra no olho e chega até a microscópica placa de neurônios artificiais. Um microtransformador, escondido atrás da orelha, estabiliza os impulsos elétricos que chegam até o cérebro na forma de imagens.

Viver na mais absoluta escuridão e de repente enxergar a luz, reconhecer objetos, letras, cores, pessoas. Mesmo que a imagem não seja nítida, é uma conquista para quem não enxerga nada. O olho biônico se torna uma esperança pra cerca de 45 milhões de deficientes visuais ao redor do mundo. Uma maneira de melhorar a visão em até 30%. Foi isso que cientistas da cidade de Tübingen, na Alemanha, conseguiram desenvolver.

O rapaz ficou cego ainda criança. É a primeira vez que ele enxerga em quase 30 anos. Primeiro, o clarão da janela. Ele nem consegue descrever o que sente.

Um homem de 58 anos não enxerga há quase uma década. Agora, já reconhece as formas, e arrisca tocar no prato. “Não é nítido, mas dá pra ter uma boa idéia do que se trata”, diz o paciente. “Sei se é comprido, quadrado, redondo. Dá pra se orientar perfeitamente”.

A qualidade mínima é como um mosaico, formado por pontos em preto e branco. Os melhores resultados permitem uma visão mais definida. Dá pra ver os traços de uma pessoa.

“É impossível devolver a visão natural”, diz o professor Eberhart Zrenner, inventor do olho biônico. “Mas pelo menos permite ao deficiente visual ter a noção de espaço, de distância, e até a capacidade de ler”.

A invenção conta com a participação de um jovem cientista brasileiro. Coube ao oftalmologista André Messias examinar pacientes para descobrir se estariam aptos a receber o olho biônico. Ele tem esperança de que a novidade possa ser levada em breve ao Brasil.

“Em dois, três anos. Assim que nós tivermos condições de fazer os testes pós-operatórios, pré-operatórios. Assim que tivermos infra-estrutura para seguir os pacientes que tiverem o chip”, diz o brasileiro.

A empresa que patrocinou as pesquisas estima que cada olho biônico custará o equivalente a R$ 50 mil. No começo, vai funcionar apenas em pacientes com doença na retina. Com o tempo, acreditam os cientistas, poderá resolver também outros casos de cegueira. Como eles costumam dizer nos corredores da Universidade de Tübingen, ''que ninguém duvide do poder da ciência''.

Fonte: Terra

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